23 de junho de 2009

Precipicio

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...

Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...

Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...

E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

(Mário Quintana)

Por vezes, sinto-me sozinha num precipicio...
E tudo o que consigo pensar é : Salto .. ou não salto ... salto ... não salto ... salto ... não salto ...

Acho que a vontade de saltar é tanta que até a mais leve das brisas, é capaz de me fazer cair profundamente .....
E depois de cair, não há retorno possível ...

Outras vezes, sinto que existe um imenso precipício a teimar em separar as nossas vidas .

Creio que tentas dizer algo que não consigo ouvir... e tudo o que te digo é um sussurro indecifrável aos teus ouvidos...

Às vezes, deste lado, parece-me ouvir-te dizer .... quero-te ... e outras vezes, acho que escuto .. esquece-me ...

Eu sei que poderia tenta saltar para o teu lado.
Mas, tenho medo de cair no vazio do meio ....

Ou ... não é nada medo !!! Se cair, que se lixe !! Não faço cá falta..

O meu medo ...
.... é de conseguir ouvir o que realmente tens para me dizer....